Texto de Thiago Lincolins
in: Revista Aventuras na História - UOL
in: Revista Aventuras na História - UOL
A construção da Grande Pirâmide de Gizé é um dos tópicos mais discutidos
por arqueólogos, historiadores e teóricos da conspiração. Tirando por essa
última parte, isso vem desde a Antiguidade: quando César e Cleópatra passaram
pelo mundo, ela já tinha 2500 anos - ou seja, eles estão mais perto de nós que
dos construtores dela. No século 1 a.C., Diodoro Sículo já escrevia sobre as
pedras terem sido içadas por rampas - a teoria ainda hoje mais aceita.
Ainda que muito não seja mistério, uma parte permanecia aberta a debate:
como os egípcios trouxeram pedras de granito de até 80 toneladas da cidade de
Aswan, há 800 quilômetros dali, e mais 170 mil toneladas de pedra calcária de
Tura, a 13 quilômetros, do outro lado do Nilo.
A resposta definitiva está no Diário de Merer, encontrado no porto de
Wadi Al-Jarf em 2013, cujo resultado do estudo e tradução é agora apresentado.
O papiro de 4,500 anos que descreve a rotina dos trabalhadores envolvidos na
construção.
É simples: havia uma sistema de canais hidráulicos cavados do Nilo até a
base da construção. Barcos de mateira - restos de um dos quais foram achados no
mesmo porto - traziam os blocos cortados de Tura e Aswan. Até 40 trabalhadores
então descarregavam-nas por trilhos de madeira sem rodas, de onde iam para os
trenós.
O diário também descreve como os trabalhadores usavam diques para
canalizar a água que vinha do Nilo até as pirâmides e como o porto também
recebia cobre para criar ferramentas usadas para cortar as pedras.
Essa pergunta acaba de ser respondida pelo arqueólogo americano Mark
Lehner e um time de pesquisadores, cujas conclusões foram apresentadas no
documentário Egypt's Great Pyramid: The New Evidence, transmitido pelo Canal 4
da TV britânica.
O arqueólogo-celebridade e ex-ministro de antiguidades do Egito Zahi
Hawass (o simpático e entusiástico senhor que ficou famoso por apresentar
documentários com chapéu de Indiana Jones) afirmou que o Diário "é a maior
descoberta feita no Egito durante o século 21".
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